Tratamento Cirúrgico da Rigidez Pós-Traumática do Cotovelo: Abordagem Posterior Ampla
Dedico minha carreira à melhoria contínua das técnicas de diagnóstico e tratamento em ortopedia. O artigo "Surgical Treatment of Post-traumatic Elbow Stiffness by Wide Posterior Approach" reflete essa dedicação, nosso objetivo foi avaliar os resultados clínicos e a taxa de complicações em pacientes submetidos a um procedimento cirúrgico de liberação do cotovelo utilizando uma abordagem posterior, focando particularmente na rigidez que pode ocorrer após traumas.
A
rigidez do cotovelo é uma condição que pode causar
dor e perda funcional, complicando a recuperação de pacientes que sofreram lesões ou cirurgias nessa articulação. Realizamos um estudo prospectivo com pacientes que foram submetidos a esse tipo de cirurgia em um único centro entre maio de 2013 e junho de 2018. O acesso ao
cotovelo foi feito através da abordagem posterior, e os pacientes foram devidamente acompanhados por uma equipe de terapia ocupacional, participando de um protocolo de reabilitação padronizado que incluía o uso de órteses estáticas progressivas e dinâmicas.
O resultado primário da pesquisa foi a amplitude de movimento de flexão e extensão do cotovelo após 6 meses do procedimento. Um total de 26 pacientes completou o acompanhamento mínimo de 6 meses. Os resultados mostraram que a amplitude média de flexão e extensão do
cotovelo ao final de 6 meses foi de 98,3 ± 22,0°, resultando em um ganho médio de 40,0 ± 14,0° em relação ao período pré-operatório (p < 0,001). A média do ganho de flexão e extensão em 6 meses foi de 51,7% ± 17,1% (p < 0,001). A pronossupinação média após 6 meses foi de 129,0 ± 42,7° (p < 0,001). Inicialmente, metade dos pacientes apresentava rigidez moderada a severa, quantidade que caiu para apenas 7,7% após a cirurgia (p < 0,001). Os escores médios do Mayo Elbow Performance Score (MEPS) e do Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand (DASH) foram de 74,4 ± 16,8 pontos e 31,7 ± 21,9 pontos, respectivamente (p < 0,001 em ambos os casos). A Escala Visual Analógica (VAS) para dor não apresentou diferença estatisticamente significativa em comparação ao período pré-operatório (p = 0,096). Observamos complicações em 6 pacientes (23%), mas nenhuma reoperação foi necessária.
Concluímos que a liberação cirúrgica do
cotovelo, quando associada a um protocolo de reabilitação, é uma técnica segura, com resultados satisfatórios e baixa taxa de complicações. Para pacientes que sofrem de
rigidez no cotovelo ou quaisquer outras condições relacionadas, é essencial procurar um
ortopedista especialista em ombro e cotovelo
para um diagnóstico adequado e opções de tratamento personalizadas. Ofereço consultas e avaliações, inclusive por
telemedicina, e disponibilizo uma
segunda opinião cirúrgica para suas preocupações. Convido você a clicar no link
do
artigo
para se aprofundar nos detalhes desta pesquisa e entender melhor as implicações de nossos achados no manejo clínico da rigidez do cotovelo.
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33093721/
Prof. Dr. Eduardo Malavolta, Referência no ensino e pesquisa em Ombro e Cotovelo.